quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pálida e Nua


No cetim aveludado de meus braços
Dormias como morta, minha dama.
Seus doces cabelos encaracolados
Um doce e pútrido perfume emana.

Tão vazio é seu olhar, perdido, vago.
Um mar, nevoento sem como navegar.
Olhos que como um mudo fica calado
E apenas uma lágrima ainda para secar.

Abuso – ti ainda pela ultima vez,
Fria, aperto seus lábios entre os meus.
O calor de seu colo não me é mais cortês
Assim como o gemido dos lábios seus.

Seus seios, veludosos e rosados
Em meus lábios, não arrancaste mais gemidos.
Onde o gozo, em nossos corpos lambuzados
Deixavam-nos ofegantes, fracos e caídos.

Oh veludosos seios que amaste tanto
Antes morreria neste teu escarlate calor.
Na palma de minha mão, perdeste o encanto
Mais ainda pálido, quero teu perfumado sabor.

Abuso – ti, como um ultimo vento de primavera.
Esse teu corpo nu, logo uma mortalha pousará
Cobrindo esta tua imagem de aquarela
Que apenas minha memória encantará.

Meus dedos caem neste teu lábio genital
Onde o gozo de nosso amor, como cascata, caia.
Oh! como era saboroso, um sabor sem igual.
Logo seu corpo fraco em meus braços sucumbia.

Deixo – ti em seu leito, minha pálida musa
Nesta pintura doentia minha alma guardar,
Nua, apenas meu gozo de amor como blusa,
Em seu corpo divino. Imagem para sonhar.

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