domingo, 1 de maio de 2011

Poente


Mãos alvas, brancas... Como veludo
Raios esplendorosos, densos. Oculto.
O leve seio pulsante em meu escudo
Doce, claro, um poente palhaço astuto.

Trêmulas, uma sombra dançante e muda,  
Bailando seu desespero... Minguante e pálida.
Magra... Num gozo derradeiro, minha amada
Derrama fria sobre a minha mão cálida.

Neste verso, nebuloso sepulcro de amor.
Onde eles dançam sobre imagens decaídas,
Versos que bailam um negro sabor.
Em páginas de tempos serão esquecidas.

Vaporoso e rosado, montanhas de tinto vinho.
Que marcadamente tornava-me aéreo
Caminhava entre suspiros ou sozinho.
Agora frios, esquecidos, são um mistério.

Silenciosas letras... Pulsantes e caladas
Que o vento denso e calmo esconde de mim.
Ainda vejo, neste rio. Fracamente encantadas,
Na estrada caída... Morta no jardim.

Mãos alvas, brancas... Bailando sobre a saudade
Mergulhando no leito dançante, misterioso salão.
Imagens concretas, fetiche ou maldade
Caladas, torna-se num leito, um brasão.





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